BIVALVES DA FORMAÇÃO RIO DO RASTO, MEMBRO MORRO PELADO, PERMIANO, BACIA DO PARANÁ, BRASIL: IMPLICAÇÕES EVOLUTIVAS, BIOESTRATIGRÁFICAS E PALEOGEOGRÁFICAS

Autores

  • Vitor Bonatto Guerrini UNESP/IGCE
  • Lucas Veríssimo Warren UNESP/IGCE
  • Marcello Guimarães Simões UNESP/IGCE

Resumo

As assembleias de bivalves do Grupo Passa Dois compreendem capítulo à parte na história evolutiva da Classe Bivalvia. Isso porque sua evolução se deu in situ, com alto grau de endemismo, em associação com as variações do nível do mar e as mudanças paleogeográficas e paleoclimáticas que acompanharam o progressivo isolamento geográfico da Bacia do Paraná, durante o Permiano. Diversos autores enfatizaram a semelhança entre o processo de radiação adaptativa dos moluscos do Grupo Passa Dois, após a deposição dos folhelhos anóxicos da Formação Irati, Permiano, e a história evolutiva dos moluscos miocênicos do sudeste e centro da Europa. Entretanto, no caso específico da Bacia do Paraná, o real cenário dessa evolução in situ é ainda difícil de ser compreendido, pois muitas espécies da porção superior do Grupo Passa Dois permanecem não descritas. Embora conhecidos desde 1918, os moluscos bivalves do Grupo Passa Dois presentes na Formação Rio do Rasto receberam pouca atenção, pois tradicionalmente o foco dos estudos tem sido voltado aos bivalves das formações Serra Alta, Teresina e Corumbataí, os quais, em geral, estão em melhor estado de preservação. Em outras palavras, as assembleias de bivalves da porção basal e média do Grupo Passa Dois são bem conhecidas, restando, literalmente, como incógnita, as da porção superior da unidade. A malacofauna do Membro Morro Pelado constitui o registro mais jovem de bivalves no Grupo Passa Dois. Além disso, constituem os primeiros registros indubitavelmente dulciaquícolas na sucessão sedimentar Teresina/Rio do Rasto. A malacofauna do Membro Morro Pelado parece conter elementos que evoluíram in situ, a partir de formas marinhas ou de águas salobras, encontradas nas formações Serra Alta e Teresina, subjacentes. A presença de formas cosmopolitas, tipicamente de águas doces é duvidosa à luz dos exemplares disponíveis para estudo. Nesse contexto, o presente projeto de pesquisa visa contribuir para ampliar o conhecimento taxonômico e bioestratigráfico dos bivalves do Grupo Passa Dois, em especial do Membro Morro Pelado, da Formação Rio do Rasto, discutindo suas implicações evolutivas, paleogeográficas e bioestratigráficas.

Downloads

Publicado

2016-12-23

Como Citar

Bonatto Guerrini, V., Veríssimo Warren, L., & Guimarães Simões, M. (2016). BIVALVES DA FORMAÇÃO RIO DO RASTO, MEMBRO MORRO PELADO, PERMIANO, BACIA DO PARANÁ, BRASIL: IMPLICAÇÕES EVOLUTIVAS, BIOESTRATIGRÁFICAS E PALEOGEOGRÁFICAS. Holos Environment. Recuperado de https://cea-unesp.org.br/holos/article/view/12174

Edição

Seção

IX ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE