INVESTIGAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE MICRONÚCLEOS EM RATOS WISTAR EXPOSTOS Á ÁGUA QUE ABASTECE O MUNICÍPIO DE ARARAS (SP)

Resumo

A modernização industrial e o aumento do emprego de produtos químicos levaram à poluição do ambiente por resíduos tóxicos, comprometendo a qualidade de vida dos organismos vivos. Estudos de mutagenicidade e genotoxidade são importantes para detectá-los e avaliar seus efeitos, e o teste do micronúcleo é recomendado nesse caso. Sendo assim, este trabalho teve por objetivo analisar o potencial mutagênico de efluentes presentes na água que abastece a população de Araras, por meio da técnica do micronúcleo. Foram utilizados quatro grupos de ratos Wistar, machos, tratados por gavage. O grupo controle negativo que recebeu apenas água, o grupo controle positivo que, além da gavage com água, recebeu, 24 h antes do sacrifício, uma dose de meta-metil-sulfonato (MMS) e os grupos testes que receberam água dos pontos de coleta, realizada em duas épocas do ano. A água testada foi coletada em outubro de 2005 e abril de 2007, na confluência entre o Ribeirão das Furnas e o Ribeirão das Araras, e na Barragem Hermínio Ometto. Após 15 dias de tratamento, foi realizada a coleta da medula óssea dos fêmures, sua distensão em lâminas e a coloração com Giemsa-Wright. Foram realizadas as análises microscópicas, em que foram contados 2.000 eritrócitos policromáticos por animal, e o número de eritrócitos policromáticos micronucleados. O teste estatístico ANOVA demonstrou não haver diferença significativa na frequência de micronúcleos encontrada entre o grupo teste e o controle negativo, nos dois momentos de coleta realizados, sugerindo que, nas condições em que esse estudo foi realizado, a água que abastece o município de Araras parece não apresentar potencial genotóxico e, portanto, não oferece riscos a saúde humana.