IMPACTO DE ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS NA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO CABEÇA, NA BACIA DO RIO CORUMBATAÍ, SP

Resumo

Os corpos hídricos na bacia do rio Corumbataí vêm apresentando alterações significativas devido ao mau uso das terras pelas atividades agropecuárias e lançamentos de efluentes domésticos e industriais. Dentre os tributários nessa bacia hidrográfica, o rio Cabeça situa-se em área explorada, principalmente, por pastagem e cultura de cana-de-açúcar. O presente estudo abordou a qualidade da água na microbacia do rio Cabeça e as possíveis fontes poluidoras. Durante 24 meses (abril de 2007 a março de 2009) sete pontos de amostragem foram monitorados, sendo cinco no rio Cabeça e dois no rio que recebe a suas águas, o rio Passa-Cinco. Segundo o Índice de Qualidade da Água (IQA), a qualidade das águas é considerada boa, mas parâmetros como demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e Escherichia coli, utilizados no cálculo desse índice, apresentaram valores em desacordo com os limites máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005 para corpos hídricos de classe 2. Isso indica poluição por efluentes domésticos de vilas rurais e/ou efluentes originados da criação de animais. Verificou-se que no período chuvoso/quente (outubro a março) o aumento do escoamento superficial pode alterar os valores dos parâmetros estudados com exceção para DBO. Há necessidade de recuperação das matas ciliares em alguns trechos para diminuir o assoreamento e também maior controle das monoculturas dominantes instaladas em declives acima de 45° e próximas às cavas de rios e córregos.