FORMAÇÃO CORUMBATAÍ: POSSÍVEIS USOS INDUSTRIAIS E IMPLICAÇÕES PARA ESTUDOS AMBIENTAIS

Autores

  • Cibele Carolina Montibeller UNESP/IGCE
  • Guillermo Rafael Beltran Navarro UNESP/IGCE
  • Antenor Zanardo UNESP/IGCE

Resumo

A Formação Corumbataí, unidade sedimentar de idade permiana da Bacia do Paraná, é a fonte principal da matéria-prima utilizada no Polo Cerâmico de Santa Gertrudes (região produtora de revestimentos que engloba os municípios de Rio Claro, Santa Gertrudes, Cordeirópolis, Araras, Limeira, Ipeúna e Iracemápolis), considerado o maior polo cerâmico da América Latina. Embora muitos estudos tenham sido realizados nesta região com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos produzidos no polo, o conhecimento acerca da Formação Corumbataí ainda possui inúmeras lacunas, principalmente com relação à sua efetiva composição química e mineralógica. Como foi atestado em diversas publicações, a Formação Corumbataí sofreu intenso efeito termal relacionado à colocação das intrusivas básicas da Formação Serra Geral, o que acarretou significativas mudanças na sua mineralogia e no quimismo original das rochas que compõem esta unidade, mudanças estas que não foram abordadas de maneira sistemática em trabalhos anteriores. Além disso, os processos hidrotermais e diversos processos supérgenos associados também contribuíram para a geração de singularidades na Formação Corumbataí, que necessitam de estudos mais aprofundados e específicos para sua compreensão adequada, fator necessário para o entendimento da gênese destas rochas e para a utilização cerâmica mais racional. Outra lacuna importante no conhecimento acerca da Formação Corumbataí é a proveniência dos sedimentos que lhe deram origem, além das relações temporais entre as diversas sequências utilizadas como matéria prima para a indústria cerâmica, que possuem complicações devido à sua maior área de exposição no Estado de São Paulo estar associada à formação de altos estruturais. Levando em consideração estes fatos, propõe-se através da caracterização mineralógica, litogeoquímica e isotópica da Formação Corumbataí, na região centro-leste do Estado de São Paulo, preencher as lacunas do conhecimento acerca desta unidade sedimentar, possibilitando identificar a fonte e a idade do(s) protólitos(s) que lhe deram origem, estabelecer relações cronoestratigráficas entre as diversas áreas de exposição desta Formação, caracterizar os produtos do hidrotermalismo e de processos supérgenos e compreender os processos pós-diagenéticos que afetaram esta unidade. Assim, este estudo pretende contribuir significativamente para o entendimento da Formação Corumbataí, que é uma das unidades com maior relevância econômica para a região centro-leste paulista, gerando uma grande quantidade de dados com potencial para dar suporte à diversificação de produtos, à adaptação de processos industriais, à mitigação de impactos ambientais, e à recente preocupação dos ceramistas da região, que é a busca por novos jazimentos de matéria-prima com qualidade previsível e certificada.

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Publicado

2016-12-19

Como Citar

Montibeller, C. C., Beltran Navarro, G. R., & Zanardo, A. (2016). FORMAÇÃO CORUMBATAÍ: POSSÍVEIS USOS INDUSTRIAIS E IMPLICAÇÕES PARA ESTUDOS AMBIENTAIS. Holos Environment. Recuperado de https://cea-unesp.org.br/holos/article/view/12100

Edição

Seção

IX ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE