ARQUITETURA ESTRATIGRÁFICA DA FORMAÇÃO ROMUALDO, PÓS-RIFTE DA BACIA DO ARARIPE, BRASIL

Autores

  • Michele Andriolli Custódio UNESP/IGCE
  • Mario Luis Assine UNESP/IGCE
  • Fernanda Quaglio Universidade Federal de Uberlândia

Resumo

A abertura do oceano do Atlântico Sul durante o Cretáceo influenciou profundamente o registro sedimentar e a paleogeografia das bacias interiores do nordeste do Brasil. Situada na Região Nordeste do Brasil, a Bacia do Araripe teve evolução associada à fragmentação de Gondwana e abertura do Atlântico Sul. O Cretáceo Superior (Aptiano superior a Albiano inferior) da Bacia do Araripe é registrado na Formação Romualdo como um ciclo transgressivo-regressivo completo limitado por duas discordâncias regionais. A sequência estratigráfica Romualdo compreende depósitos costeiros-continentais do trato de sistemas de mar baixo, seguido por uma sucessão de fácies transgressivas dominadas por depósitos marinho-rasos, com a superfície de máxima inundação marcada por dois níveis ricos em fósseis, um intervalo inferior de folhelho preto com concreções carbonáticas ricas em vertebrados e um intervalo superior de coquinas e calcários coquinoides com concentração de fósseis invertebrados marinhos. A porcentagem de folhelhos que aumenta em direção ao topo, caracteriza empilhamento retrogradante que culmina nas camadas de folhelhos com concreções fossilíferas, um excelente marco estratigráfico na bacia. Os depósitos continentais-costeiros compreendem uma sucessão sedimentar característica de tratos de sistemas de mar baixo e transgressivos, respectivamente. Seguindo a ingressão marinha, uma incompleta sucessão regressiva de fácies marinhas-marginais registra o retorno de ambientes continentais na área da bacia. A parte superior da sequência é caracterizada pela recorrência de fácies de folhelhos verdes, intercalados com arenitos que progressivamente se tornam mais frequentes em direção ao topo da unidade, caracterizando a parte regressiva do ciclo. Folhelhos marinhos ricos em matéria orgânica ocorrem principalmente na porção sudeste da bacia e a geometria regional em forma de cunha exibe a espessura dos sedimentos diminuindo em direção a norte e noroeste, sugerindo onlap costeiro nesta direção. A arquitetura da sequência estratigráfica e o transporte sedimentar indicado pelos dados de paleocorrentes apontam área fonte localizada N-NW das áreas de afloramentos e um dip deposicional em direção a sul e sudeste da bacia.

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Publicado

2016-12-22

Como Citar

Andriolli Custódio, M., Assine, M. L., & Quaglio, F. (2016). ARQUITETURA ESTRATIGRÁFICA DA FORMAÇÃO ROMUALDO, PÓS-RIFTE DA BACIA DO ARARIPE, BRASIL. Holos Environment. Recuperado de https://cea-unesp.org.br/holos/article/view/12151

Edição

Seção

IX ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE