MODELAGEM METAMÓRFICA DE METAPELITOS DE ALTO ALÚMINIO COM DADOS DE QUÍMICA MINERAL E PSEUDOSEÇÕES: EXEMPLO DA NAPPE DE LUMINÁRIAS-MG

Autores

  • Regiane Andrade Fumes UNESP/IGCE
  • George Luiz Luvizotto UNESP/IGCE
  • Renato de Moraes
  • Edson Ricardo Maia Ferraz

Resumo

A Nappe Luminária (NL) situa-se na porção sul do Orógeno Brasília (idade neoproterozóica), bordejando o Cráton do São Francisco, ambos aflorantes em Minas Gerais. A NL é, majoritariamente, composta por metapelitos de alto alumínio e quartzitos do Grupo Carrancas. O presente trabalho focou na caracterização metamórfica dos metapelitos e dos quartzitos da NL utilizando modelagem metamórfica através de pseudosseções, química mineral e o geotermômetro Zr em rutilo e Ti em quartzo. A NL é uma estrutura alongada com orientação N-S com cerca de 40 km de comprimento. Na porção norte da NL a paragênese encontrada foi Chl+Cld+Ky+Rt+Ms+Qtz e Cld+St+Chl+Rt+Ms+Qtz, com a presença de clorita retrometamórfica. Na porção centro-Norte a paragênese é Bt+St+Grt+Rt+Qtz+Ms e a associação mineral Chl+Cld+St+Ilm+Ms+Qtz registra o retrometamorfismo. Mais ao sul na NL, a assembleia do metamorfismo progressivo é St+Grt+Rt+Qtz+Ms, do pico metamórfico é Grt+Ky+St+Qtz+Rt+Ms e do retrometamorfismo é Chl+Grt+St+Ms+Qtz+Ilm. As condições de P-T e a trajetória metamórfica traçada nas pseudosseções, nas três porções NL, registram metamorfismo nas condições entre fácies xisto verde, anfibolito e eclogito. No norte o metamorfismo progressivo cruza o campo de estabilidade do cloritóide, que é destruído na cristalização da estaurolita e cianita. Na porção centro-norte a trajetória inicia na quebra do Cld na cristalização de Grt, St e Chl posteriormente ocorre a formação da Bt, St e Grt com a quebra da Chl (no pico metamórfico) e o retrometamorfismo é marcado com a cristalização do Ctd a partir da Grt, St e Bt. Na porção sul a trajetória começa no campo com Grt+St+Rt+Ms+Qtz, com a aumento de temperatura ocorre a cristalização da cianita (pico metamórfico) e posteriormente ocorre a cristalização de clorita retrometamórfica. Para as amostras de metapelitos localizadas nas porções norte e centro-norte da NL, os dados do geotermômetro Zr em rutilo possuem valores com grande dispersão, já em uma amostra do sul esse geotermômetro indica temperaturas mais consistentes. O cruzamento dos geotermômetros de Zr em Rt e Ti em quartzo da amostra do sul fornecem a temperatura 633 ˚C  10 ˚C e a pressão 15,2 kbar  1 kbar. A aplicação do geotermômetro de Zr em Rt nas amostras de quartzitos por toda a extensão da NL também registrou a mesma tendência, ou seja de desequilíbrio nas amostras da porções norte e centro-norte e de equilíbrio nas amostras da porção central (temperaturas médias de 588 ˚C) e sul (temperaturas médias de 618 ˚C). Através da variação nas paragêneses, informações da pseudosseção, química mineral e as temperaturas calculadas nos geotermômetros é possível confirmar o gradiente metamórfico descrito na literatura, de aumento nas condições de pressão e temperatura de norte para sul, com trajetória metamórfica horária em toda a NL. A ausência de silimanita e ocorrência somente de cianita e a estimativa de temperatura e pressão dos geotermômetros indica que as condições de alta pressão, quando se comparada com a área clássica barroviana. Além disso, as análises do geotermômetro de Zr no Rt, nos quartzitos e metapelitos, demostram que esse geotermômetro se reequilibrara apenas nas temperaturas mais altas.

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Publicado

2016-12-22

Como Citar

Andrade Fumes, R., Luvizotto, G. L., de Moraes, R., & Maia Ferraz, E. R. (2016). MODELAGEM METAMÓRFICA DE METAPELITOS DE ALTO ALÚMINIO COM DADOS DE QUÍMICA MINERAL E PSEUDOSEÇÕES: EXEMPLO DA NAPPE DE LUMINÁRIAS-MG. Holos Environment. Recuperado de https://cea-unesp.org.br/holos/article/view/12164

Edição

Seção

IX ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE