Avaliação do crescimento de propágulos e plântulas de espécies de mangue em diferentes sedimentos

Autores

  • Beatriz Eiko Kitagami Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP.
  • Kauan Xavier Felizardo Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP.
  • Lana Lopes da Silva Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP.
  • Patricia Fernanda Bueno de Oliveira Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP.
  • Rhauã Carlos Florido de Oliveira Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP.
  • Thales Gonçalves Francisco Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP.
  • Marília Cunha Lignon Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, SP.

DOI:

https://doi.org/10.14295/holos.v23i1.12492

Palavras-chave:

Manguezal, Granulometria, Desenvolvimento, Solo, Estrutura vegetal.

Resumo

Manguezais são ecossistemas de grande importância ecológica e econômica, devido aos serviços ecossistêmicos que oferecem para as comunidades humanas. Diversas áreas de manguezal estão localizadas próximas a regiões urbanizadas, o que contribui com a degradação desses ambientes, devido a inúmeros impactos antrópicos. O conhecimento sobre as características morfológicas do solo é essencial para auxiliar propostas de conservação e restauração desses ecossistemas. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar o crescimento de propágulos e plântulas das espécies Rhizophora mangle (mangue vermelho), Avicennia schaueriana (mangue preto) e Laguncularia racemosa (mangue branco) em diferentes tipos de sedimentos. O experimento utilizou um delineamento inteiramente casualizado, contendo três tratamentos (A: 100% areia; L: 100% lama; e misto, M: 50% areia + 50% lama), com três repetições cada, totalizando nove propágulos por espécie e 27 mudas no total. As amostras foram mantidas em ambiente com boa iluminação, regadas com água doce e medidas semanalmente, durante 15 semanas (de agosto a novembro de 2022). Todos os propágulos tiveram 100% de germinação nos três tipos de sedimento. Para verificar se os tratamentos tinham efeitos significativamente diferentes no desenvolvimento das mudas, foi realizada uma análise de variância e o Teste de Scott-Knott. Foi observado que os substratos lama e misto mostraram os melhores resultados de crescimento para as três espécies. O sedimento misto pode ser uma boa alternativa para o cultivo de mudas de mangue e projetos de restauração de manguezais, uma vez que demanda menos sedimento fino (lama) do próprio ecossistema.

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Publicado

2023-10-22

Como Citar

Kitagami, B. E., Felizardo, K. X., Silva, L. L. da, Oliveira, P. F. B. de, Oliveira, R. C. F. de, Francisco, T. G., & Lignon, M. C. (2023). Avaliação do crescimento de propágulos e plântulas de espécies de mangue em diferentes sedimentos. Holos Environment, 23(1), 72–86. https://doi.org/10.14295/holos.v23i1.12492

Edição

Seção

Artigos