ESTUDO ESTRATIGRÁFICO NA SÉRIE EOCENO DA FORMAÇÃO CALUMBI, COMPARTIMENTO ESTRUTURAL BAIXO DO MOSQUEIRO, SUL DA SUB-BACIA DE SERGIPE, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS

Resumen

Na Bacia de Sergipe-Alagoas, a Supersequência Drifte (Campos Neto et al., 2007) corresponde a sedimentação marinha (Eoalbiano a Holoceno), predominantemente siliciclástica a partir Neoconiaciano e registrada nas rochas do Grupo Piaçabuçu. O Grupo Piaçabuçu apresenta depósitos que gradam desde sistemas siliciclásticos costeiros, plataformais e deltaicos, de talude e bacia, além de bancos carbonáticos plataformais. O compartimento estrutural Baixo do Mosqueiro, porção meridional da Sub-bacia de Sergipe, representa o sítio onde essa unidade foi mais bem amostrada. A sedimentação da Série Eoceno representa um pulso progradacional paleogeno maior que implica em migração de fácies proximais em direção a águas profundas, que preencheram os cânions escavados e ampliados pela discordância do início desta série (Cainelli, 1992). Ao final do Eoceno, o limite entre plataforma e talude assume aproximadamente a configuração atual. Para caracterização estratigráfica do mesmo foram utilizados 82 poços, com foco em perfis eletro-radioativos e bioestratigrafia de nanofósseis calcários, que foram base para a confecção de mapas estruturais, de isópacas e de litotipos, além de seções geológicas (as últimas com algum apoio de imagens de figuras sísmicas). Foram definidas as discordâncias Sub- formação Calumbi, base do Paleoceno, base do Eoceno Inferior, base do Eoceno Médio, base do Eoceno Superior e base do Oligoceno, as duas primeiras como apoio para compreensão estrutural da área. A análise de dados geológicos de subsuperfície ilustra que é possível compartimentar a Série Eoceno em pelo menos três intervalos distintos, com diferentes depocentros. Destacam-se a Depressão de Dourado de Dourado como principal depocentro do Ypresiano e a de Vaza-Barris como principal depocentro do Eoceno Médio e Superior, com migração mergulho acima para o último. Secundarimente, a Depressão da Ilha de Mende Sá foi um importante sítio de sedimentação no Eoceno Inferior e Médio e a de Guariema no Eoceno Superior. Estes depocentros foram condicionados por falhamentos associados a halocinese e também a deformação em falhas antigas que alcançaram o embasamento. Essa deformação parece ser controlada por eventos tectono-magmáticos que afetaram o nordeste brasileiro, tanto local (Bacia de Sergipe-Alagoas; Campos Neto et al., 2007) quanto regionalmente (Complexo de Abrolhos; Sobreira & França, 2006).