UNIDADES DE PESQUE-PAGUE NA BACIA DO RIO CORUMBATAÍ: DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO-AMBIENTAL E TRATAMENTO DE EFLUENTE

Abstract

Neste estudo preocupou-se caracterizar os principais impactos ambientais e os aspectos socioeconômicos de 16 pesque-pague localizados na bacia do rio Corumbataí, SP. Juntamente, foram verificadas as possibilidades de tratamentos de efluentes destas unidades com o sistema construído de áreas alagadas. Previamente foram coletadas informações do número, localização e diversidade de atividades dos pesque-pague, uma vez que diferentes órgãos governamentais e instituições não possuíam essas informações. Foram aplicados questionários para coletar informações quanto aos aspectos sócio-econômicos e ambientais dos pesque-pague localizados na bacia do rio Corumbataí, estado de São Paulo. Os resultados demonstraram que apesar de ser uma atração turística para a região e ocorrer uma freqüência considerável de turistas nos pesque-pague, ainda é uma atividade que se encontra instável economicamente na bacia do rio Corumbataí. Foram determinados fatores abióticos e bióticos presentes nas águas e nos efluentes dos reservatórios dos pesque-pague. Foi aplicada uma análise de componentes principais aos valores destes fatores dos pesque-pague monitorados. Os resultados das análises realizadas foram comparados com os limites estabelecidos para água doce de classe 2 pela Resolução CONAMA 357/05. Os resultados demonstraram que a maioria dos valores dos fatores estudados esteve acima do limite estabelecido por esta Resolução, demonstrando deterioração da qualidade de água dos pesque-pague em estudo. Do ponto de vista ambiental, os pesque-pague foram considerados fontes potencialmente poluidoras, caracterizados pelo aumento dos valores de nitrogênio total, amônia, nitrito, nitrato, condutividade, turbidez e fósforo total. A presença de nutrientes em excesso nos efluentes lançados na água é responsável pela eutrofização e pode indicar comprometimento da qualidade da água dos rios da bacia em estudo. Dessa forma, os efluentes provenientes de pesque-pagues necessitam de tratamento, como lagoas de estabilização ou sistemas de tratamento de efluentes utilizando-se macrófitas aquáticas, antes de serem descartados para o ambiente.