CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E MINERALÓGICA DO ARENITO DA FORMAÇÃO MARÍLIA E PROCESSOS DE ALTERAÇÃO
Resumen
Nos planaltos tabulares do Triângulo Mineiro, os sedimentos da Formação Marília (Neocretáceo) são intensamente alterados e pedogeneizados formando perfis espessos, muito argilosos com elevada concentração de caulinita e gibbsita. Os objetivos deste trabalho são caracterizar as principais alterações petrográficas (microscopia ótica), mineralógicas (DRX e ATD-TG) e geoquímicas (FRX, FTIR e Função de Transporte Geoquímico) em um perfil de alteração envolvendo o arenito, o saprolito e os horizontes superficiais plínticos e com argilas aluminosas e avaliar a possível relação genética entre a alteração do arenito do Membro Serra da Galga (Formação Marília) e os solos argilosos e aluminosos presentes nas depressões topográficas da superfície da chapada. Os resultados mostraram que a caulinita e a gibbsita são a paragênese secundária dominante no perfil. Nos horizontes superficiais, a concentração de gibbsita é maior que a da caulinita. A geoquímica e a função de transporte mostraram aumento dos óxidos de ferro na base do perfil, no horizonte saprolítico e no horizonte de couraça, devido à concentração absoluta nos nódulos. O alumínio apresenta comportamento inverso ao ferro, havendo maiores concentrações para o topo do perfil, no horizonte de argila aluminosa, o comportamento dos elementos do perfil é um indicativo do ambiente de formação, onde em um ambiente com pH baixo, o Si se torna móvel e é assim lixiviado do perfil. O mesmo ocorre com o Fe, que é solubilizado e lixiviado do perfil. Na alterita ocorrem ganhos absolutos de Si, Al e Fe. Houve perda de Si na plintita e na argila aluminosa. Em relação ao Al, observa-se ganhos na alterita, plintita e na argila aluminosa. A proporção de gibbsita em relação à caulinita aumenta da base para o topo do perfil, passando de ~72% de caulinita e ~3% de gibbsita no arenito para ~28% de caulinita e ~71% de gibbsita na argila aluminosa, indicando meio fortemente dessilicificado. Do ponto de vista mineralógico, o arenito se revela uma rocha de natureza não exclusivamente quartzosa, mas feldspática, micácea e caulinítica associada com oxihidróxidos de ferro e alumínio, cujos produtos de alteração resultam majoritariamente em argilominerais secundários cauliníticos com forte presença de gibbsita. Os resultados obtidos mostram estreita similaridade entre os materiais analisados, sugerindo possível filiação entre o arenito e as argilas aluminosas.Descargas
Publicado
2016-12-19
Cómo citar
de Sousa Coelho, C. V., & Silvia Rosolen, V. (2016). CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E MINERALÓGICA DO ARENITO DA FORMAÇÃO MARÍLIA E PROCESSOS DE ALTERAÇÃO. Holos Environment. Recuperado a partir de https://cea-unesp.org.br/holos/article/view/12096
Número
Sección
IX ENCONTRO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE